Colmeia(s) – II

Tivemos a nossa primeira colmeia o ano passado. Foi, apesar de tudo, uma boa experiência. Não apenas conseguimos evitar a destruição de um exame que surgiu e cresceu num ápice na janela do nosso quarto, como as abelhas fartaram-se de comer a pasta de açúcar que lhes fomos colocando até, um belo dia, tanto eu como a Manela termos tido o privilégio de ver esta coisa assombrosa que é um enxame já com diversas centenas de abelhas sair de manhã com grande aparato rumo ao planalto. Ficou a colmeia vazia e os corações cheios.

Pois bem, agora temos não um, mas dois enxames. Tudo graças ao nosso vizinho, o senhor António, grande especialista na apanha muito criteriosa destas nossas pequenas amigas. Lá tivemos que comprar mais uma colmeia e, a semana passada, como documenta o vídeo, fomos lá buscá-las naquilo que foi uma aventura muita excitante para toda a família. Durante a curta viagem que fizemos do Teso à Entalada, o calor das colmeias era tanto que embaciou de imediato os vidros do carro. O zumbido, orgânico e de embalar, também tinha o seu quê de espectacular.

O enxame mais recente foi colocado na colmeia verde e o mais antigo e numeroso já tinha uma semanita de residência na amarela. O senhor António avisou-nos logo que teríamos de comprar uma alça (ou extensão) para esta última pois os quadros já estavam quase todos cheios de favos. Escolhemos um novo sítio, a cerca de 4 metros do anterior, para colocá-las porque ficam mais abrigadas pelas ramagem de uns carvalhos que temos na extrema sul do quintal. Ambas viradas para nascente como ditam as regras.

Ao longo da semana, fui pouco a pouco comprando material para construir um telheiro para as colmeias. Tinha visto na rede diversos apicultores que referiam que este tipo de abrigo podia fazer grande diferença na saúde do enxame, protegendo-o da chuva no inverno e do sol abrasador no verão. A temperatura de uma colmeia é sempre muito próxima dos 35 graus e as abelhas têm como primeira prioridade mantê-la assim quentinha, nem que para isso tenham de abdicar de colher pólen ou de produzir própolis e mel.

No Sábado, toda a família lançou-se de forma decidida à empreitada e, numa tarde, conseguimos construir, montar, desmontar e voltar a montar um telheiro de 1,5 x 1,5m com 28 telhas sobre 4 postes. Ainda deu tempo para acrescentar uma das alças (laranja) na colmeia amarela e alimenta-las com mais pasta de açúcar. Podem ver de seguida algumas fotos do nosso dia árduo de trabalho.

Deixe um comentário