Há duas semanas fizemos a nossa segunda cresta do ano. Não tencionamos repetir a proeza, pois achamos que quanto menos se perturbar as abelhas, melhor. A atenuante é que tínhamos deixamos uma alça a meio para o Inverno na colmeia e as abelhas acabaram por enchê-la de mel logo no início do verão. Para o ano, se tal voltar a acontecer, seremos mais pacientes e faremos apenas uma cresta no final de Agosto.
Mas a recolha foi óptima! Se em Junho tivemos 7kg, agora em Setembro repetimos a dose, o que totaliza 14kg de mel em 2025. As nossas abelhas trabalham que se fartam! O único aspecto negativo é que foi uma cresta com a presença constante das vespas asiáticas a circundar os quadros. Curiosamente, nesta fase do ano, elas estão a predar menos as colmeias e aparentam andar mais obcecadas com o conteúdo das armadilhas (água, açúcar e fermento), o que nos tem forçado a remover os cadáveres das mesmas todas as semanas. Uma praga.
O sabor do mel é consideravelmente distinto do de Junho: mais doce e aromático, tendo a urze dado lugar a um aroma mais complexo e florado. A Manela e o pequeno adoram. Pessoalmente, prefiro o mel de urze, apesar de reconhecer que este multifloral é bem capaz de ter mais potencialidades gastronómicas. A ver vamos.
Inspirado pelo sabor meio alucinado do mel desta cresta (acho que nunca provei um mel tão doce, a sério), resolvi fazer um rótulo também ele mais complexo e psicadélico que me vi depois forçado a cortar a meio sob pena de ficar ininteligível e ficámos assim com um rótulo para a frente e outro para o verso dos frascos.
Flower power, indeed.

